Convite para a festa
Case manager assistant CAM-CCBC, Mestre em Soluções Alternativas de Conflitos Empresariais da Escola Paulista de Direito.
Se você era uma criança pouco popular na escola e alguma vez deixou de ser convidada para aquela festa de aniversário, você conhece a sensação. Se você já usou jeans e camiseta para ir a um restaurante e se deparou com ternos, gravatas e vestidos de designer, você também conhece a sensação. Se você é uma pessoa negra e já se deparou com um ambiente em que só existiam pessoas brancas, você certamente conhece a sensação.
Essa sensação de ser deixada de fora. De não estar adequada ao ambiente. Essa solidão de estar num lugar onde só você é como você. Bom, mulheres vem passando por isso há algum tempo. Nós conhecemos essa sensação.
Mas, felizmente, é 2021 e embora a situação mundial não pareça muito promissora em muitos aspectos, para as mulheres algumas conquistas já começam a fazer efeitos. Econômica e financeiramente o valor das mulheres é cada vez mais percebido: conforme o McKinsey Global Institute Report 2015, ter mulheres em cargos de liderança pode injetar até US$ 12 trilhões no PIB global até 2025 sendo US$ 410 bilhões deles no Brasil; sobre a parte financeira, a Pesquisa da ONG Catalyst verificou que nos negócios com uma proporção maior de mulheres nos conselhos, o retorno do capital investido é 66% maior, o retorno sobre o patrimônio é 53% maior e o índice de vendas é 42% maior.
Sem qualquer coincidência o CAM-CCBC (Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio Brasil Canadá), composto e liderado em sua maioria por mulheres, ficou no topo do ranking de Centros de Arbitragem no Brasil de 2021 realizado pela Leaders League.
Como se não bastasse o grande exemplo prestado pela instituição por si só, o CAM-CCBC tem atuado incansavelmente para reduzir aquela sensação de exclusão que já conhecemos. Em 2018 foi emitida a Resolução Administrativa 30/2018 (RA 30/2018), cujas medidas visam a igualdade de oportunidades para as mulheres no âmbito da Arbitragem. Para acabar com a falta de representatividade em eventos e proporcionando experiências educacionais empáticas e trocas mais ricas, os painéis de eventos realizados, apoiados e patrocinados pelo CAM-CCBC, contam com representação de pelo menos 30% de mulheres como palestrantes, expositoras ou debatedoras.
Motivo de grande celebração para as mulheres Arbitralistas e para a instituição, o CAM-CCBC superou no final de 2020 a meta de ter ao menos 30% representatividade de mulheres dentre integrantes de sua lista de árbitros.
Conquistas como essa merecem comemoração. No CAM-CCBC 61% dos tribunais são mistos, quase 5% são tribunais compostos apenas por mulheres e 42% da presidência de tribunais é comandada por mulheres.
É claro, o trabalho não acaba aqui. Ainda há muito espaço a ser conquistado por mulheres dentro da arbitragem, mas podemos dormir um pouco mais tranquilas sabendo que, nesse ritmo, até 2024 a lista do CAM-CCBC poderá encontrar o perfeito equilíbrio de gênero.
Aquela sensação de exclusão, de estranhamento, de inconformidade, ela não existe dentro do CAM-CCBC. E estar num ambiente assim é tão gostoso que essa instituição faz questão que mais espaços assim existam na arbitragem. Ninguém mais vai ficar de fora dessa festa.